Post by paty on Feb 21, 2007 2:29:20 GMT 1
Brilhante... ainda por cima escrito por um homem!!!
O ÚNICO DEFEITO DA MULHER
Texto de Sérgio Gonçalves, redator da Loducca, publicado no Jornal
da agência.
"Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da
minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de
um lado, homens do outro.
Não sei se hoje isso ainda acontece. Sou anti-social ao ponto de
não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me
credencia a emitir juízos.
Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos. Tive uma
infância feliz:
sempre fui considerado esquisito, estranho e
solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.
Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das
diferenças anatómicas.
A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e
prioridades.
Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e
disputas.
"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o
meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha
equipe de futebol émais forte, eu faço amor 3 a 4 vezes por noite"
e outras cascatas típicas da macheza latina.
Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase
sempre ligadas ao sentir. Falava-se
de sentimentos,frustrações e
recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.
Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico.
Discordo.
Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita
paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil.
Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já
chegam com quase metade da lição estudada.
Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem
prática.
Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas
coisas.
Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida,
instintivamente, como qualquer mãe veterana.
Ela fala em namoro mesmo sem ter uma
ideia muito clara do que vem a
ser isso.
Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.
Já com os homens a historia é outra.
Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores?
Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as
contas?
Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a
entrega da declaração do IRS?
Não, nunca viram e nem hão-de ver.
Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil.
O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
Aí reside a maior diferença.
O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é
fantasia e competição.
Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto
tempo eles perdem com seus medos.
Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todos os homens são assim.
Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um
privilegiado.
Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os
critérios estéticos vigentes, ela inexistia.
Porque todas as mulheres são lindas.
Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.
É só saber olhar.
Todas têm a sua graça.
E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz
idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei
perdidamente
por todas as incautas que se aproximaram de mim.
Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.
Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do
homem ideal.
E esse é o seu único defeito."
O ÚNICO DEFEITO DA MULHER
Texto de Sérgio Gonçalves, redator da Loducca, publicado no Jornal
da agência.
"Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da
minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de
um lado, homens do outro.
Não sei se hoje isso ainda acontece. Sou anti-social ao ponto de
não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me
credencia a emitir juízos.
Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos. Tive uma
infância feliz:
sempre fui considerado esquisito, estranho e
solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.
Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das
diferenças anatómicas.
A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e
prioridades.
Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e
disputas.
"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o
meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha
equipe de futebol émais forte, eu faço amor 3 a 4 vezes por noite"
e outras cascatas típicas da macheza latina.
Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase
sempre ligadas ao sentir. Falava-se
de sentimentos,frustrações e
recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.
Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico.
Discordo.
Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita
paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil.
Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já
chegam com quase metade da lição estudada.
Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem
prática.
Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas
coisas.
Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida,
instintivamente, como qualquer mãe veterana.
Ela fala em namoro mesmo sem ter uma
ideia muito clara do que vem a
ser isso.
Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.
Já com os homens a historia é outra.
Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores?
Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as
contas?
Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a
entrega da declaração do IRS?
Não, nunca viram e nem hão-de ver.
Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil.
O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
Aí reside a maior diferença.
O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é
fantasia e competição.
Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto
tempo eles perdem com seus medos.
Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todos os homens são assim.
Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um
privilegiado.
Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os
critérios estéticos vigentes, ela inexistia.
Porque todas as mulheres são lindas.
Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.
É só saber olhar.
Todas têm a sua graça.
E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz
idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei
perdidamente
por todas as incautas que se aproximaram de mim.
Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.
Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do
homem ideal.
E esse é o seu único defeito."