Post by paty on Oct 25, 2006 23:34:44 GMT 1
Tudo começou com um tal Henriques que não se dava bem
com a mãe e acabou por se vingar na pandilha de
mauritanos que vivia do outro lado do Tejo. Para
piorar ainda mais as coisas, decidiu casar com uma
espanhola qualquer e não teve muito tempo para lhe
desfrutar do salero porque a tipa apanhou uma camada
de peste negra e morreu. Pouco tempo depois, o fulano,
que por acaso era rei, bateu também as botas e foi
desta para melhor. Para a coisa não ficar
completamente entregue à bicharada, apareceu um tal
João que, ajudado por um amigo de longa data que era
afoito para a porrada, conseguiu pôr os espanhóis a
enformar pão e ainda arranjou uns trocos para comprar
uns barcos ao filho que era dado aos desportos
náuticos. De tal maneira que decidiu pôr os barcos a
render e inaugurou o primeiro cruzeiro marítimo entre
Lisboa e o Japão com escalas no Funchal, Salvador,
Luanda, Maputo, Ormuz, Calecute, Malaca, Timor e
Macau. Quando a coisa deu para o torto, ficou nas
lonas só com um pacote de pimenta para recordação e
resolveu ir afogar as mágoas, provocando a malta de
Alcácer-Quibir para uma cena de estalo. Felizmente,
tinha um primo, o Filipe, que não se importou de tomar
conta do estaminé até chegar outro João que enriqueceu
com o pilim que uma tia lhe mandava do Brasil e acabou
por gastar tudo em conventos e aquedutos. Com
conventos a mais e dinheiro menos, as coisas lá se iam
aguentando até começar tudo a abanar numa manhã de
Novembro. Muita coisa se partiu. Mas sem gravidade
porque, passado pouco tempo, já estava tudo arranjado
outra vez, graças a um mânfio chamado Sebastião que
tinha jeito para o bricolage e não era mau tipo apesar
das perucas um bocado amaricadas. Foi por essa altura
que o Napoleão bateu à porta a perguntar se o Pedro
podia vir brincar e o irmão mais novo, o Miguel, teve
uma crise de ciúmes e tratou de armar confusão que só
acabou quando levou um valente puxão de orelhas do
mano que já ia a caminho do Brasil para tratar de uns
negócios. A malta começou a votar mas as coisas não
melhoraram grande coisa e foi por isso que um Carlos
anafado levou um tiro nos coiratos quando passeava de
carroça pelo Terreiro do Paço. O pessoal assustou-se
com o barulho e escondeu-se num buraco na Flandres
onde continuaram a ouvir tiros mas apontados a eles e
disparados por alemães. Ao intervalo, já perdiam por
muitos mas o desafio não chegou ao fim porque uma tipa
vestida de branco apareceu a flutuar por cima de uma
azinheira e três pastores deram primeiro em doidos,
depois em mortos e mais tarde em beatos. Se não fosse
por um velhote das Beiras, a confusão tinha continuado
mas, felizmente, não continuou e Angola continuava a
ser nossa mesmo que andassem para aí a espalhar
boatos. Comunistas dum camandro! Tanto insistiram que
o velhote se mandou do cadeirão abaixo e houve
rebaldaria tamanha que foi preciso pôr um chaimite e
um molho de cravos em cima do assunto. Depois parece
que houve um Mário qualquer que assinou um papel que
nos pôs na Europa e ainda houve tempo para transformar
uma lixeira numa exposição mundial e mamar duas secas
da Grécia na final.
E o Cavaco?
O Cavaco foi com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao
circo.
FIM